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A mostrar mensagens de setembro, 2019

[do outro lado da ponte]

I Sete vezes no inferno o poeta sentiu a dor da morte Sete badaladas dos dois sinos com seus hálitos Na saída, na entrada, na sensação enlouquecida de estar à própria sorte Traga, Prende, Solta, Volta, Grita E sofre. II Perde de novo, perde o poema, perde o amor Traga, Prende, Solta. Volta. III O poeta perde o todo, o poeta perde tudo, o poeta se perde no sofrimento absoluto de quem se repele e se exercita Três passos pra baixo, Um passo pra cima Traga, Prende, Solta. IV Rente às mãos correntes da realidade que não deveria A realidade do inferno de vida que o poeta renuncia. V O pé cratera no chão quente que arde ao descobrir a desinocência de ser gente. VI A passagem expedida à sexta-feira se desenha na assinatura do ponteiro que permanece inerte por uma volta inteira. VII Traga, Prende, Solta. Volta? Nota que o retorno é a loucura de quem segue tão habituado a viver morto que tenta voltar, mas não consegue. - elizab